quinta-feira, 15 de abril de 2010

::: CRISE POLÍTICA - Requião critica mudanças e sinaliza romper com Pessuti

O ex-governador Roberto Requião (PMDB) sinalizou anteontem que pode romper a qualquer momento com seu antigo vice e substituto no cargo, o governador Orlando Pessuti (PMDB). A demissão de três dos secretários mais próximos de Requião e também do presidente da Copel foram as iniciativas anunciadas anteontem por Pessuti que desagradaram Requião.
O indício de possível rompimento veio rápido: “Se o Pessuti não se viabilizar em trinta dias nosso PMDB deve costurar uma aliança que garanta as linhas básicas de nosso governo”, disparou o ex-governador.
Da última vez que seu vice assumiu o governo, Mário Pereira, em 1994, Requião também se sentiu traído e rompeu com o novo governador.
A propósito das alterações no governo em seu microblog Requião citou: “Quer conhecer um vilão, dê-lhe o bastão” e afirmou que não foram inesperadas, mas foram mais rápidas do que imaginava.
Os secretários demitidos por Pessuti, que contrariaram o candidato do PMDB ao Senado foram Luiz Fernando Delazari (Segurança Pública), Rogério Tizzot (Transportes) e Benedito Pires (Comunicação Social). Se Requião precisava de uma desculpa para romper e convencer o PMDB a abandonar a candidatura própria ao governo e apoiar outro candidato, Pessuti pode tê-la fornecido.
A contrariedade imediata de Requião confirma a tese de que ele não se entusiasmava de fato com a candidatura própria do partido. Com os 30 dias de prazo concedidos a Pessuti, o governador somará cerca de um mês e meio no cargo, tempo curto para mostrar realizações a população e fazer melhorar seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto. Sinalizações anteriores indicam que a inclinação de Requião e parte do PMDB é de articular uma aliança com o PSDB de Beto Richa.
O presidente do diretório estadual peemedebista, deputado Waldyr Pugliesi, que apóia a candidatura Pessuti, reagiu à declaração do ex-governador. “O PMDB não é apenas e tão somente o Requião. O PMDB é o Requião e todos nós. Temos uma organização partidária e ela é plural na hora de decidir”.
Em tese Pugliesi remete a decisão para a convenção do partido em junho. E reafirmou que o atual governador será candidato a reeleição. “Acredito muito no desempenho eleitoral do nosso Pessutão”. Pugliesi disse que não há base para falar sobre o abandono da candidatura daqui a 30 dias. Mas admitiu que mais tarde, se não houver a viabilidade eleitoral, o PMDB discutirá alternativas.
Disparos
Em seu twitter Requião elogiou Delazari, Tizzot e o presidente exonerado da Copel, Rubens Guillard. “Lula Delazari sai da Secretaria de Segurança. Leal íntegro e competente. Continuaria meu secretário”, disse, sobre a exoneração do seu secretário de Segurança desde 2003.
“Rogério Tizzot zerou a manutenção das estradas abandonadas do Paraná. Foi demitido sem aviso prévio”, reclamou Requião a respeito da demissão de seu secretário dos Transportes. E deu a entender que Pessuti se submeterá às concessionárias do pedágio devido a disposição de seu substituto no cargo de negociar a redução das tarifas. “Não há duvida que o pedágio voltará a tentar corromper o executivo do Paraná. Todos em estado de alerta!”, postou.
O ex-governador está em Curitiba desde anteontem, depois de uns dias de descanso em Fernando de Noronha. E antecipou mudanças que Pessuti ainda deve fazer. Disse que o Procurador-Geral Carlos Marés, demitiu-se. E que sai também o Corregedor Geral do governo, Luiz Carlos Delazari, pai do ex-secretário de Segurança.
Requião confirmou a substituição de Rubens Guillardi por Donald Raveduti na Copel. Ainda sobre a Segurança Pública, Requião afirmou que o substituto de Delazari, Coronel Serpa, “é aquele que reprimiu estudantes e operários que protestavam no Centro Cívico contra a venda da Copel”.
Fonte: Roseli Valério, de Curitiba

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