segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Café está desaparecendo na região


O café que já foi a cultura responsável pela colonização do Noroeste do Paraná e a principal cultura da região, aos poucos, começa a desaparecer das propriedades rurais. Os números do Deral (Departamento de Economia Rural) mostram uma queda de 324% na quantidade de áreas plantadas nos últimos 10 anos. Produtores, comerciantes e técnicos ouvidos pela reportagem acreditam que o grão será produzido apenas em pequenas áreas. Preços baixos e quebra na produtividade, devido a problemas com o clima, foram apontados de uma forma geral como os principais responsáveis pela diminuição da cultura na região. O café que praticamente dominou a área rural até meados dos anos 70 e teve um ressurgimento no começo da década com a produção adensada, hoje não é mais a principal fonte de renda das propriedades da região.

Há cerca de 10 anos houve uma tentativa de resgate da cultura no Paraná, com o incentivo ao plantio do café adensado. Muitos produtores apostaram na ideia. No entanto, o clima no Noroeste não ajudou nesse período e com a queda nos preço, os produtores estão optando por arrancar as plantas, que pode produzir por mais de 10 anos.

De acordo com números do Deral, no ano 2000 a região de Paranavaí tinha 11.630 hectares de café produzindo. Com o abandono da cultura, o número caiu hoje para 2.663. Ou seja, em cerca de 10 anos houve uma redução de 324%. Na previsão do responsável do Deral de Paranavaí, Ênio Debarba, essa redução deve continuar e no próximo ano a região deve ter cerca 2 mil hectares da cultura.

“Foram uma série de fatores que influenciaram nesse abandono na cultura. Hoje, o clima na região não é mais propício para o café e nos últimos anos houve muita quebra na produtividade. Além disso, o preço não tem animado os produtores”, observa.

Outro ponto destacado por Debarba é a escassez de mão de obra na época da colheita. Ele revela que cada vez mais é difícil encontrar trabalhadores para o café. “É complicado porque ao mesmo tempo que é um trabalho pesado, também é um trabalho especializado. Hoje, se o produtor não colher de forma técnica, não consegue um bom preço pelo produto final”, observa.

Ele lembra que figura do “parceiro” também praticamente na região. Antes, essas sociedades garantiam lucros para os proprietários da terra e também para quem tocava a lavoura. Hoje, isso praticamente não existe mais.

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