sexta-feira, 14 de setembro de 2012

::: EDITORIAL JORNAL NOROESTE - APENAS ENVOLVIDO OU PLENAMENTE COMPROMETIDO?

Aproxima-se a data em que iremos escolher o nosso prefeito e vereadores para governar os destinos políticos de nossa cidade. Além da capacidade pessoal de liderar uma boa equipe, o prefeito necessita compor um secretariado atuante e comprometido com a administração pública. Muitas vezes os critérios técnicos acabam sendo deixados a um segundo plano, pois na maioria das vezes quem integra as secretarias são pessoas indicadas por correligionários que cooperaram, muitas vezes financeiramente na campanha. Até mesmo os próprios companheiros de grupo acabam sendo “encaixados” para ocupar a pasta, pois na filosofia política, “é preferível ter um aliado, mesmo que não muito competente” do que um adversário, mesmo que este tenha maiores capacidades. Urge a mudança de mentalidade e quebra de paradigmas. Mas como aliar competência com companheirismo? Essa fórmula depende de quão grandes forem às amarras políticas para se chegar ao cargo pretendido de prefeito. Maior do que o compromisso com os companheiros, são as responsabilidades para com aqueles que o elegera.
          As Secretarias precisam trabalhar em sintonia com os anseios do povo.  Para ser prefeito depende do desprendimento pessoal aliada a capacidade de governar, aglutinando todas as tendências ideológicas e partidárias. É preciso determinar que os compromissos devam ser assumidos em consonância com os interesses da população e não com vontades pessoais alicerçadas na vaidade ou nos desejos deste ou daquele grupo político.
          A política municipal não pode ser um jogo de apostas. Também os grupos políticos não devem considerar os seus próprios interesses em detrimento do desejo da maioria que venha eleger seus postulantes.
          Atualmente, com a exposição nos meios de comunicação, os candidatos precisam expressar suas idéias de forma clara, com projetos viáveis e transparentes.
          Engana-se quem pensar que sairá vitorioso em virtude dos aplausos de claquetes de aluguel ou de compras de votos de cabresto com pagamento feito através de marmitex comprada no bar da esquina.  É preciso votar em candidatos que pensem na coletividade. Estar envolvido na política é uma situação mais superficial. São necessários políticos comprometidos com as causas que nas épocas de campanha dizem defender. Isto me faz lembrar da história da galinha e do porco:
          Estavam um dia o porco e a galinha passeando pela fazenda, quando chegou o fazendeiro e lhes propôs um desafio: eles seriam responsáveis por preparar um café da manhã diferente a cada dia da semana pelas próximas duas semanas. No caso de falha, definida pela falta de um cardápio variado em um desses dias, o café da manhã seria preparado pelo próprio fazendeiro que, sem opção, prepararia bacon com ovos para começar o dia.
          Estavam ambos motivados, o porco e a galinha, a cumprir a missão e entregar um cardápio diferente a cada dia pelas próximas duas semanas. Nos primeiros dias tudo correu bem, o porco sempre de maneira pró-ativa começava o dia a pensar no cardápio para o dia seguinte, dividia as tarefas necessárias para separar os ingredientes para a nova receita, pensava em formas inovadoras de cumprir as metas e era ajudado pela galinha que cumpria as tarefas a ela atribuídas.
          Com o passar dos dias, as receitas ficaram cada vez mais elaboradas e o porco gastava grande parte do seu dia preparando os pratos que seriam servidos ao fazendeiro. Com isso não tinha tempo para atribuir as tarefas para a galinha. Que por sua vez aproveitava o tempo livre para ciscar o chão e procurar minhocas. Isso limitava o tempo disponível ao porco que trabalhava ainda mais para cumprir as metas.
          O final dessa fábula você já pode prever: o fazendeiro não é atendido nas suas solicitações, o porco vira bacon e a galinha, depois de ceder um ovo, continua ciscando e procurando minhocas como se nada tivesse acontecido…
          A história da galinha e do porco fala sobre envolvimento e comprometimento.
          Agora eu pergunto, quem está envolvido e quem está comprometido? Nas empresas, na sociedade, na política, em tudo, há esses dois grupos: os envolvidos e os comprometidos. Parece ser a mesma coisa, mas não é.
          Os envolvidos sempre querem ser reconhecidos pelo que fazem. Os comprometidos sempre reconhecem quem faz. Para os envolvidos sempre há problemas e dificuldades. Para os comprometidos, sempre há soluções e energia. O envolvido toma espaço. O comprometido constrói o seu espaço. A relação com um evolvido é de curto prazo, enquanto que com o comprometido consegue-se manter uma relação de longo prazo.
          Não pode uma única pessoa governar a cidade para o seu bel prazer.
Os vícios oriundos do exercício do poder poderão fazê-lo usar em benefício próprio. É  preciso escolher bem. É necessário analisar aqueles que desde então rodeiam os candidatos, pois estes, sem sombra de dúvidas estarão mais próximos de compor o quadro de secretariado, no qual as ações do governo municipal se fará pulverizar, chegando até o povo.
          Vote em pessoas comprometidas. Os envolvidos já são muitos, mas permita a metáfora, os comprometidos se preciso forem, darão “a própria vida”, desempenhando com zelo e ética as suas atribuições. Pense nisso!
 
                   “A política é como nuvem. Você olha e ela esta de um jeito. Olha de novo e ela já mudou” 
Magalhães Pinto (1909-1996).                                              



Alex Fernandes França

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