O clima úmido e as altas temperaturas têm prejudicado os produtores de mandioca da região de Paranavaí. Uma doença chamada bacteriose ou murchadeira, como é mais conhecida, já atacou cerca de 90% das lavouras da região. Com isso, já está prevista uma quebra na produtividade para as próximas safras. Mário Takahashi, engenheiro agrônomo do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), explica que essa doença existe há anos, mas agora, ocorreram condições climáticas que favoreceram sua proliferação. Ele revela que a bactéria ataca o sistema vascular da planta, impedindo a circulação de água. Com isso, as folhas começam a murchar e o pé de mandioca pode até morrer.
“É comum a planta não resistir e morrer. Mesmo que ela se restabeleça, a sua produção já não será mais a mesma. A planta fica debilitada e a produtividade da lavoura ficará comprometida”, revela.
Segundo ele, nesse ano estão ocorrendo condições climáticas, propícias para o desenvolvimento da doença. Com a umidade excessiva, dias quentes e noites mais frias, as bactérias se desenvolvem rapidamente e praticamente atingiram quase todas as lavouras da região.
Takahashi conta que só existe duas formas de combater a doença. Uma delas é utilizar ramas de qualidade no momento do plantio. A outra é optar por variedades de mandioca mais resistentes. “Essa bactéria já está inserida na rama no momento do plantio. Uma das formas de se precaver é utilizar ramas de qualidade. Caso contrário, torcer para que não haja condições climáticas favoráveis”, esclarece o engenheiro.
Ele lembra que nos três anos, devido as condições climáticas, a doença praticamente não atingiu as lavouras na região. Por isso, os produtores acabaram optando por variedades menos resistentes. Takahashi citou como exemplo a Olho Junto, que rende uma alta produtividade industrial, porém é muito sensível a essa doença.
“Essa variedade foi muito difundida nos últimos anos e hoje os produtores estão enfrentando problemas”, argumenta. Para ele, o ataque maciço da doença nas lavouras da região trará uma queda na produção nos próximos dois anos.
O engenheiro do Iapar conta que as plantas mais novas são as mais atacadas pela doença e menos resistentes. Nesses casos, muitas acabam morrendo. Para esse ano, existe uma estimativa de que a região tenha 58,8 mil hectares de mandioca. No ano passado, a área era de 65 mil hectares.
Já no Paraná a área plantada com a raiz deve subir de 181 mil hectares para 197 mil hectares. Porém, devido o ataque da bactéria, a estimativa de colheita feita pelo SEAB (Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná), já caiu de 23,9 mil quilos por hectare para 22. Uma queda de 8%.
“Esse número já é reflexo do problema no Paraná. Estive no Oeste do Estado e a bactéria também tem atacado lavouras naquela região”, observa.
--> Fonte: Giancarlo Franquini - DN
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