terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

::: MANDIOCA - Oferta cai e indústria pensa em importar amido



A reduzida oferta de mandioca industrial, provocada pelas incessantes chuvas que caem sobre o Paraná desde o segundo semestre do ano passado, sobretudo no Noroeste do Estado – maior região produtora – está provocando importante baixa nos estoques das indústrias de amido / fécula de mandioca. Uma saída para amenizar o problema, apontada por industriais do setor, seria importar o produto. O Presidente da ABAM (Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca), Antonio Donizetti Fadel, relatou, em reunião com associados, que já fez contato com um importador da Tailândia, sendo que a sugestão de importar foi bem vista pela ampla maioria dos presentes, que aguardam agora definições acerca de preços para decidirem se fecham a negociação. A intenção seria comprar, inicialmente, 10 mil toneladas do amido tailandês. Para produzir esse volume de amido as indústrias brasileiras teriam que receber 40 mil toneladas de raiz. Na análise de Fadel, a importação viria amenizar os problemas atuais da falta de raiz, e funcionaria como estoque regulador do mercado, visto estarem os estoques das indústrias abaixo da demanda. A oferta de raiz está muito aquém do esperado para esta época do ano, devido, principalmente, ao excesso de chuva que tem ocorrido no Paraná e São Paulo, e aos ataques de pragas (cochonilha, mosca branca, bacteriose) em lavouras desses dois Estados e do Mato Grosso do Sul.

Para o Presidente do Simp (Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná), João Eduardo Pasquini, essa importação seria interessante se o produto chegasse ao Brasil imediatamente, pois resolveria o problema atual. Porém, ele lembra que os trâmites burocráticos para se importar demoram de 40 a 50 dias, e, é possível que, quando da chegada do amido importado, o mercado já tenha se regularizado, com a normalização da entrega da raiz nas indústrias e conseqüente abastecimento do mercado. Para Pasquini, a melhor alternativa seria um esforço no sentido de se utilizar a matéria-prima disponível aqui. “Esperamos que os produtores consigam fornecer a raiz, pois, se a importação se efetivar, poderá haver, no futuro, um excesso de produto no mercado, e os preços, como conseqüência, deverão cair, tanto do amido quanto da raiz, e isso não seria interessante para nenhum dos dois elos da cadeia”, diz ele. A maioria dos associados da ABAM presentes à reunião de sexta-feira acredita que assim que o clima se estabilizar os produtores devem reforçar o arranquio da raiz, com vistas a se capitalizar para iniciar o plantio deste ano.
Silvana Porto
ABAM

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