Ontem o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Nelson Justus (DEM), fez um novo desabafo em plenário ao comentar a proposta do deputado peemedebista Rafael Greca de realizar uma audiência pública para debater com entidades da sociedade civil o funcionamento da Casa.
“Nenhum político apanhara tanto em tão pouco tempo. Continuo trabalhando e cumprindo meu dever de buscar a moralidade desta Casa. Não tenho dificuldade de conversar com estas entidades para explicar os avanços que fizemos em detrimento de erros cometidos no passado. A Justiça não pode em momento algum penalizar quem quer que seja sem direito de defesa”, disse.
Justus foi além e voltou a criticar obliquamente a falta da mesma fiscalização sobre outros órgãos públicos. “A moralização deve atingir todas as instituições do Paraná. A partir do próximo ano vou trabalhar por isso”.
E nesse sentido, outra vez demonstrou descontentamento com os poucos deputados que defenderam o afastamento da Mesa Executiva enquanto prosseguem as investigações do Ministério Público do Paraná sobre as denúncias de desvio de dinheiro público na Assembleia. “Quero ver se alguns deputados que usaram a tribuna para pedir o afastamento da Mesa terão coragem para enfrentar estas verdades”.
Para o presidente do Legislativo, nenhum deputado pode imaginar que alguns dentre eles “fossem favoráveis a qualquer ato de corrupção”. Justus concordou com a sugestão de Greca, mas a possível audiência não foi marcada.
Fora da Assembleia, a OAB paranaense confirma a realização de uma manifestação em conjunto com cerca de 150 entidades, em “defesa da moralidade e da transparência” na vida pública, em especial na Assembleia Legislativa, no próximo dia 8, no centro de Curitiba. A proposta de Greca é de que as entidades substituam a manifestação pela audiência pública.
Para Glomb, a sociedade aguarda todas as explicações
O presidente da OAB-PR, José Lúcio Glomb, reafirmou o ato de protesto, observando que ele estava previsto a algum tempo e os deputados não aparentaram preocupação. Para Glomb, a sociedade aguarda todas as explicações por parte da Assembleia, mas não vê necessidade de se marcar uma audiência para isso.
“A Assembleia já poderia ter fornecido a qualquer tempo a explicação, é um dever fazer isso sem que se precise ir lá para audiência pública”, disse ele à Agência Estado. O dirigente explica que a manifestação foi marcada para o fim da tarde e longe da Assembleia para que seja o mais pacífica possível. “Seria temerário fazer até em frente”, ponderou.
Na Assembleia, ao anunciar a publicação na Internet dos funcionários efetivos e dos que ocupam cargos em comissão na Casa, Justus que ela passaria a ser exemplo para o País. “A moralização desta Casa efetivamente aconteceu, medidas administrativas extremamente duras foram tomadas para construir a Assembleia que todos os paranaenses querem”. Apesar de o afastamento da Mesa Diretora ter sido pedido por algumas entidades, incluindo a OAB, a fim de tornar a investigação mais isenta, o que não ocorreu, o presidente do Legislativo reafirmou a disposição de continuar no cargo.
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