sexta-feira, 25 de junho de 2010

::: OPINIÃO - Edição 556 - NOSSO PATRIOTISMO NA COPA


Logo mais às 11h, desta sexta-feira, 25 de junho, a Seleção Brasileira entrará em campo para fazer o último jogo da primeira fase da Copa. Nossos adversários são os nossos colonizadores, a seleção de Portugal, liderados por Cristiano Ronaldo e companhia. Das vitrines das lojas até os cachorros, tudo está nas cores verde-amarelo. A bandeira do Brasil ocupa espaço privilegiado sendo destaque por todos os lados. Vestimos a camisa da seleção, não importa o modelo, original ou “falsificada” é hora de mostrar nosso amor pelo Brasil, afinal, é Copa do Mundo e somos o país do futebol. Por volta das 10h30 o comércio fechará as portas, as aulas serão dispensadas e neste momento volto ao passado e lembro dos meus tempos de pré-escola, onde todos ganhávamos “bandeirinhas” do Brasil, feitas de papel, além de fitinhas verde e amarela para amarrar nas antenas dos carros ou mesmo em nosso pulso.

A Copa provoca uma verdadeira revolução nas pessoas, vemos a bandeira do Brasil nos carros que circulam pela cidade, assim como nas janelas de casas ou apartamentos de pessoas comuns. Fico a me perguntar: Por que só vemos essa atitude de nacionalismo no período da Copa? Já sei! Somos fanáticos por futebol e nosso país é referência mundial, estamos em 1º lugar no ranking de seleções da FIFA. Só não consigo entender porque apenas durante a Copa do Mundo os brasileiros se lembram que são brasileiros?

Certo é dizer que pouquíssimos são patriotas, aliás o que é ser patriota? Pessoa que ama a sua pátria e procura servi-la, assim define o dicionário. Patriotismo significa amor, dedicação à pátria. Nós como torcedores da Seleção Brasileira de Futebol somos os maiores patriotas, como brasileiros ainda temos muito que aprender. Não tenho medo de afirmar que não somos patriotas, pois se assim fôssemos, não ficaríamos de braços cruzados com tanta corrupção que vemos em nossa Assembleia Legislativa, no Congresso Nacional, e tudo mais que acontece entre nossos políticos. Ergueríamos nossa bandeira e exigiríamos punição para erros tão graves, afinal de contas, os nossos políticos são os nossos representantes que deveriam lutar pelo bem de toda nação.
Já que falei da Copa do Mundo, o que dizer do jogador Jong Tae-Se, mais conhecido como "Rooney Asiático", que chorou durante a apresentação do hino da Coréia do Norte minutos antes do jogo contra a Seleção Brasileira. Sei que aquele é um país onde o povo vive oprimido por um regime comunista que está há anos no poder, no entanto isso é demonstração de amor a pátria. E o que dizer dos “los hermanos argentinos”, no jogo de terça-feira, 22, contra a Grécia o zagueiro Demichelis festejou seu gol beijando a camisa do seu país. Salvo equívoco, nesta Copa não lembro de nenhum dos jogadores da nossa seleção comemorarem com tanto orgulho um gol e com mais amor ainda a ponto de beijar a camisa. Talvez isso não aconteça pois a maioria dos jogadores nem mais aqui vivem, até esqueceram o tamanho do Brasil e que 192 milhões de brasileiros lutam, trabalham e ainda arrumam tempo para torcer pelo Brasil.

Não sou hipócrita em afirmar que não uso a camisa com as cores da nossa bandeira durante a copa, que não sofro vendo cada jogo, que não vibro a cada gol, a cada vitória e lembro que ainda adolescente chorei quando meu Palmeiras, representando o Brasil foi derrotado em uma final de Libertadores contra o argentino time do Boca Juniors.

Diante disso, amo o nosso futebol, mas tento não esquecer que sou brasileiro todos os dias, durante todos os meses e anos, que sofro quando vejo alguém que deseja estudar e não pode porque tem que trabalhar ou mesmo quando vejo um irmão brasileiro pedindo esmola nas ruas ou sendo humilhado em um hospital público. Por não ter dinheiro fica sentindo fortes dores e aguardando o “bom atendimento”, o que não é culpa dos médicos que trabalham como escravos... e ganham salários que não condizem com o ofício e os anos de dedicação aos estudos.

Concluo acreditando que patriotismo é lutar pelo nosso bem estar, como brasileiros, cidadãos. É ter acesso a uma educação de qualidade, uma moradia digna. Ter acesso ao sistema de saúde de qualidade e gratuito, pois só assim poderemos cantar nosso hino com orgulho e balançar nossa linda bandeira verde e amarela em qualquer tempo e em qualquer lugar sabendo que nosso amado país é “Gigante pela própria natureza”. E mesmo assim, com inúmeros problemas... “é a terra adorada! Entre outras mil, És tu, Brasil. Oh! Pátria amada”... BRASIL!!!

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