O Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou ontem sete recomendações para a prevenção e identificação do câncer de mama. Entre as indicações, o instituto defende que toda mulher com suspeita da doença tenha o direito de receber diagnóstico no prazo máximo de 60 dias. O Inca, no entanto, lembra que a lista não tem caráter de lei e que a aplicação das orientações é responsabilidade de cada município ou Estado.
Além da questão do prazo máximo para o resultado, consta da lista a necessidade de as mulheres entre 50 anos e 69 se submeterem ao exame de mamografia a cada dois anos. “Não temos como obrigar as secretarias de saúde a cumprir as recomendações. Cada gestor de saúde tem autonomia para aplicar suas políticas”, disse o oncologista Ronaldo Corrêa, técnico da Coordenadoria de Prevenção e Vigilância do Inca.
Quanto ao prazo de dois meses para o exame, segundo Corrêa, este é o tempo que melhor atende aos diferentes tipos de tumor e suas diferentes velocidades de evolução. “Há tumores de evolução muito rápida, enquanto há outros que crescem devagar ou muito devagar. Estes 60 dias atendem aos diferentes tipos”, explicou o técnico. “Mas obviamente, quanto maior o tempo de detecção do câncer, mais difícil será o tratamento.”
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, o médico Ricardo Chagas, o prazo recomendado é muito alto. “Nos consultórios, o resultado sai em uma semana, talvez menos. Não é aceitável que no serviço público se demore tanto tempo. Sem falar no tempo que as mulheres demoram para encontrar um local que faça o exame”, criticou o mastologista.
No texto, o Inca afirma que apesar de as recomendações não serem regras, as autoridades de saúde dispõem de “meios para alcancá-las.” Uma forma é o Sistema de Informação do Câncer de Mama (Sismama). “Com a alimentação correta do sistema, os gestores podem se debruçar sobre o problema. Podem identificar quanto tempo uma mulher demora para receber o diagnóstico, por exemplo, e tentar corrigir”, disse.
Certificação
Outro ponto que deve ser observado pelas mulheres é se o local em que o exame de mamografia for realizado tem certificado de qualidade. As recomendações foram divulgadas no mês chamado de “Outubro Rosa”, em que o Inca promove uma série de ações de alerta para o câncer de mama. De acordo com o instituto, este tipo de tumor é o que mais mata mulheres em todo o País. São cerca de 11 mil mortes por ano.
“Focamos as ações deste ano na prevenção e detecção precoce. Ano que vem, podemos trabalhar a questão do tratamento”, disse Corrêa, comentando a situação do Brasil comparado a outros países. “Em relação aos países desenvolvidos, estamos bem atrás. Mas se compararmos aos de baixo desenvolvimento, aos países da América Latina e outros como China e Índia, estamos muito à frente, somos até referência”, afirmou.
De acordo com dados do Inca, entre 2000 e 2007, o Brasil aumentou em 118% a produção de mamografias. Em 2000, foi realizada 1,3 milhão; em 2007, 2,9 milhões. O Ministério da Saúde foi procurado para comentar a crítica à demora para o diagnóstico no serviço público, mas não retornou.
Além da questão do prazo máximo para o resultado, consta da lista a necessidade de as mulheres entre 50 anos e 69 se submeterem ao exame de mamografia a cada dois anos. “Não temos como obrigar as secretarias de saúde a cumprir as recomendações. Cada gestor de saúde tem autonomia para aplicar suas políticas”, disse o oncologista Ronaldo Corrêa, técnico da Coordenadoria de Prevenção e Vigilância do Inca.
Quanto ao prazo de dois meses para o exame, segundo Corrêa, este é o tempo que melhor atende aos diferentes tipos de tumor e suas diferentes velocidades de evolução. “Há tumores de evolução muito rápida, enquanto há outros que crescem devagar ou muito devagar. Estes 60 dias atendem aos diferentes tipos”, explicou o técnico. “Mas obviamente, quanto maior o tempo de detecção do câncer, mais difícil será o tratamento.”
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, o médico Ricardo Chagas, o prazo recomendado é muito alto. “Nos consultórios, o resultado sai em uma semana, talvez menos. Não é aceitável que no serviço público se demore tanto tempo. Sem falar no tempo que as mulheres demoram para encontrar um local que faça o exame”, criticou o mastologista.
No texto, o Inca afirma que apesar de as recomendações não serem regras, as autoridades de saúde dispõem de “meios para alcancá-las.” Uma forma é o Sistema de Informação do Câncer de Mama (Sismama). “Com a alimentação correta do sistema, os gestores podem se debruçar sobre o problema. Podem identificar quanto tempo uma mulher demora para receber o diagnóstico, por exemplo, e tentar corrigir”, disse.
Certificação
Outro ponto que deve ser observado pelas mulheres é se o local em que o exame de mamografia for realizado tem certificado de qualidade. As recomendações foram divulgadas no mês chamado de “Outubro Rosa”, em que o Inca promove uma série de ações de alerta para o câncer de mama. De acordo com o instituto, este tipo de tumor é o que mais mata mulheres em todo o País. São cerca de 11 mil mortes por ano.
“Focamos as ações deste ano na prevenção e detecção precoce. Ano que vem, podemos trabalhar a questão do tratamento”, disse Corrêa, comentando a situação do Brasil comparado a outros países. “Em relação aos países desenvolvidos, estamos bem atrás. Mas se compararmos aos de baixo desenvolvimento, aos países da América Latina e outros como China e Índia, estamos muito à frente, somos até referência”, afirmou.
De acordo com dados do Inca, entre 2000 e 2007, o Brasil aumentou em 118% a produção de mamografias. Em 2000, foi realizada 1,3 milhão; em 2007, 2,9 milhões. O Ministério da Saúde foi procurado para comentar a crítica à demora para o diagnóstico no serviço público, mas não retornou.
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