Por: Alex Fernandes França
Diretor do Jornal Noroeste
Administrador de Empresas
Esta semana pensei em escrever um editorial diferente. Nada sobre política, nem economia, mas sim algo que envolva as complexas relações humanas. Tenho o privilégio de possuir vários amigos (as) professores (as), sendo, inclusive, casado com uma destas profissionais. O dia a dia do professor é uma luta tremenda.
As situações que estes vivem requerem indubitavelmente uma grande valorização por parte do poder público, mas não é sobre isto que quero falar.
O tema deste editorial é: A autoridade do professor!
Sou do tempo em que aluno mal comportado e com falta de educação (não a educação enquanto ensino, mas a educação que vem de berço) eram banido da convivência dos demais.... De que forma? Os professores tinham a autoridade e respaldo suficientes para retirar da sala de aula aquele que não se sujeitava a se adaptar ao meio. Ficavam isolados, fazendo trabalhos paralelos, normalmente sobre o tema relacionado ao fato que o levara a ser separado dos demais da classe. Um exemplo? Deveriam escrever umas cem vezes: “Não devo ser mal educado com meus colegas” ou “Não devo responder com palavrões ao professor”. Lavagem cerebral? Chamem como quiser, prefiro chamar de “lavagem moral”. O aluno era levado a refletir sobre seus atos e sobre qual postura deveria adotar (mesmo que por medo) dali
Quantos de nós, talvez até mesmo você que está lendo esta coluna já teve o “privilégio” de “cheirar” o canto da parede como forma de castigo, por conversações fora de hora, por atitudes desrespeitosas ou outros atos “politicamente incorretos”. A coisa funcionava ou não? Creio que sim. Tínhamos nos nossos mestres, amigos, mas dentro de um certo limite, respeitando-os devidamente pela sua posição dentro da sala de aula, eles, no papel de educador e nós, de educando.
Ajoelhar no milho ou se submeter à palmatória? Nada disso. Isso não educa, apenas constrange, já que é por demais humilhante.
À medida que a autoridade do professor foi sendo retirada, o aumento da indisciplina cresceu em demasia, ao ponto de ver alunos levando armas para dentro da sala de aula. Canivetes, estiletes, tesouras ou outros artefatos fabricados em casa, além é claro da ameaça verbal à pessoa do professor. Tudo isto é fruto da libertinagem a que os “especialistas” permitiram avançar. Quiseram evitar traumas aos alunos só que hoje são os nossos mestres que vivem traumatizados. Aonde iremos com o aumento do caos que se tornou a educação? Ou melhor, a falta dela? Parece inverossímil, mas é a dura realidade.
Como legitimar a autoridade do professor em sala de aula? A questão é o ponto de partida para uma reflexão sobre a relação entre professor e aluno e como esta se constitui numa relação em que o professor é reconhecido como referência não só para a busca do conhecimento, mas também para a seleção de condutas social e moral.
O professor sabe que determinados parâmetros morais, como reciprocidade, cooperação, solidariedade e respeito, são responsabilidade da família e, portanto, as queixas de que os alunos são agressivos, apáticos e sem limites são obstáculos para uma ação pedagógica eficaz. Essa situação inviabiliza o estabelecimento de vínculos de confiança e impede que os objetivos da aprendizagem sejam compartilhados pelo professor e pelo aluno. Nesse cenário, o professor sem uma autoridade e controle, perde o domínio da sala de aula e do grupo que se propõe a ensinar.
Em outra perspectiva de análise, a relação entre professor e aluno se constitui numa relação de autoridade quando o professor convive em um ambiente de aprendizagem cujos princípios são o conhecimento e a construção de uma auto-imagem positiva do aluno diante do saber escolar. Esses princípios se concretizam por meio de ações pedagógicas que possibilitem ao aluno encontrar sentido naquilo que está sendo ensinado e num ambiente que considera a importância das regras sociais, a flexibilidade de pensamento, o convívio com a diversidade e a tolerância.
Tudo isto surte resultado com o respeito mútuo. Sem ele, fica muito complicado manter um ambiente de trabalho que contribua para a excelência do aprendizado.
Com a autoridade do professor respeitada, é possível a organização de um espaço de aprendizagem em que há lugar para a indagação, para a curiosidade, para o debate em torno de idéias e hipóteses, para o respeito ao conhecimento construído pelo aluno nas suas vivências sociais e escolares, enfim, um ambiente em que o conhecimento não é inacessível e é reconhecido como fundamental no acesso a bens culturais e materiais produzidos pela sociedade.
Concordo plenamente com isso, pois o que vemos na escola pública hoje é uma desvalorização, da autoridade do professor e a perda de respeito deste na socieadade. Ninguém mais vê o professor com a importância que ele tinah a alguns anos atrás. Temos que mudar isto não podemos nos conformar com um governo, extremamente autoritário, que desvaloriza cada vez mais e é o principal responsável pela banalização da educação. PSDB sai de São Paulo, cidadão paulistanos ou de outras regiões que aqui moram, chega de PSDB, chega, olha o que elesa fizeram conosco, fora Serra e compania!!!
ResponderExcluirJimy Professor de História de Itapecerica da Serra.
Muito bom seu comentário. Você sabe qual é a melhor escola de ensino médio do Brasil? É a escola de São Bento no Rio. Lá tem disciplina até no corte de cabelo, o aluno sai de lá como um cidadão de elite, custa caro, ninguem se qeixa!!
ResponderExcluirÉ extremamente pertinente suas ideias. Há certas atitudes sociais que não deveriam ter sido deixadas de lado por questões da Psicologia.
ResponderExcluirAlgumas pessoas confundem a função real que cabe ao professor.