A inflação vai desacelerar em 2012, preveem analistas, mas ainda assim permanecerá elevada. As apostas dos economistas são de que a inflação chegará ao fim entre 4,8% e 5,5%. O recuo não é resultado de uma boa notícia. Ao contrário, os preços deverão desacelerar como efeito da crise internacional, que deixará alimentos e produtos industrializados mais baratos. No Brasil, economistas estimam que as passagens de ônibus municipais também subirão menos do que em 2011, já que haverá eleições e os prefeitos não costumam produzir notícias negativas nesse período. Outro fator que contribui para uma inflação mais baixa é a mudança do cálculo a partir desse mês. A atualização do índice de preços pelo IBGE retira do cálculo a importância de itens que estão subindo muito, como educação, e aumentam o espaço de itens em baixa, como eletrônicos. A expectativa é de uma inflação mais comportada no primeiro semestre, quando a economia ainda estará mais lenta. Também contribuirá o corte de impostos sobre itens da linha branca (geladeira e máquina de lavar roupa), que barateiam esses produtos. Mas no segundo semestre espera-se uma retomada da atividade - a reboque da redução da taxa de juros já em curso - e, com ela, reajustes de preços mais fortes. Analistas afirmam que o reajuste de cerca de 14% do salário mínimo pode ajudar a acelerar a inflação. O efeito seria principalmente nos preços dos serviços. Cálculos feitos pelo Bradesco sugerem que os serviços devem recuar de uma alta de 9% (em 2011) para 8% neste ano.
Para Mauro Schneider, economista da Banif Corretora, o real impacto do mínimo na inflação é duvidoso. O aumento ocorre em momento de crescimento mais baixo, o que dificulta o prognóstico.
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