sexta-feira, 13 de abril de 2012

::: TRAGÉDIA - “A DOR DA PERDA DE UM FILHO É ALGO IRREPARÁVEL, MAS DEUS NOS CONFORTA NESTE MOMENTO TÃO DIFÍCIL” AFIRMAM OS PAIS DO JOVEM DE 19 ANOS QUE MORREU VÍTIMA DE AFOGAMENTO

Thieres Augusto Gonçalves da Silva, de 19 anos, morador em Nova Esperança, faleceu na tarde do último domingo,08 , vítima de afogamento em uma lagoa situada numa propriedade particular, próxima ao Distrito de Barão de Lucena.

“Nossos corações estão arrebentados. A perda de um filho é muito dolorosa”, contam os pais de Thieres Augusto Gonçalves da Silva, enquanto seguram a foto do jovem que faleceu no domingo, por afogamento em uma lagoa.

Na foto, próximo aos galhos dentro da água está o local exato em que Thieres Augusto Gonçalves da Silva acabou se afogando e permanecendo cerca de 05 horas submerso até a chegada do resgate. Estima-se que a profundidade chegue perto de 3,5 metros.

A lagoa onde aconteceu o afogamento fica numa propriedade rural particular, próxima ao Distrito de Barão de Lucena.

Thieres Augusto Gonçalves da Silva, de 19 anos faleceu no domingo, 08 de abril. O trágico episódio gerou um clima de comoção na cidade.
           
Vazio absoluto. Um nada sem chão, teto ou paredes. Mais que um poço fundo, o fundo sem o poço. A falta de ar. O desespero. A desesperança. Irracional, ilógico, inaceitável. As palavras e imagens mais fortes não são capazes de definir o luto de uma família que perde um filho. Este é um breve resumo do sentimento dos familiares do jovem Thieres Augusto Gonçalves da Silva, de 19 anos, morador da Vila Silveira em Nova Esperança, que faleceu na tarde do último domingo, dia 08de abril, vítima de afogamento em uma lagoa situada numa propriedade rural particular, próxima ao Distrito de Barão de Lucena.
De acordo com as informações de familiares, Thieres havia se dirigido até as dependências daquela propriedade rural com um grupo de amigos e ao adentrar na água, após nadar alguns metros, quando já se localizava no meio da lagoa (supostamente local mais profundo) começou a afundar e os amigos em tom de desespero e dúvidas começaram a gritar para que ele retornasse, atitudes estas em vão, uma vez que o afundamento deu-se por volta das 16 horas do domingo e seu corpo resgatado somente após as 21:00 horas onde foi constatado seu estado de óbito.
Segundo o pai do Jovem, Aparecido Jacinto da Silva “Eles foram num grupo de amigos em 03 motocicletas. Saíram de casa por volta das 15 horas. Estavam em 06 pessoas.”, relatou Aparecido.
De acordo com um dos amigos, C.H.P., de 17 anos “Ele (Thieres) foi nadar, foi até o meio da lagoa e voltou, pois já estava cansado e com falta de ar. Ele reclamou que não tinha dado nem duas ‘braçadas’ e já estava cansado. Daí ele foi novamente nadar. Eu e outro amigo dissemos a ele que naquele local em que ele iria atravessar, a água era mais ‘pesada’. Daí ele falou que ia passar ‘bem rapidinho’ por ali. O outro amigo nosso que nadava junto cansou naquele trecho e continuou nadando, só que de costas. O Thieres parou e ficou batendo somente os braços. Achamos que ele estava brincando com a gente. Quando nós vimos a agonia dele falamos ‘pára de brincar, Thieres”. Ele foi tentar agarrar os galhos da árvore, foi onde ele desceu de uma vez”, relembra o amigo, que testemunhou o ocorrido.

TEMPO DE SUBMERSÃO
O jovem Thieres ficou aproximadamente 05 horas submerso até ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros de Maringá. Do início das buscas até a localização do corpo levou aproximadamente 15 minutos. A princípio o pai da vítima acionou o Bombeiro Comunitário de Nova Esperança que por sua vez ligou para a equipe de Paranavaí para prestar este tipo de atendimento, mas devido a outros dois casos de afogamentos naquela cidade, não foi possível que estes profissionais atendessem o caso de Nova Esperança.
A Polícia de Nova Esperança compareceu ao local, mas as buscas na água só foram autorizadas com a chegada dos profissionais do Corpo de Bombeiros, isso já à noite. “Não demorou muito e eles na primeira vez que desceram, já localizaram o corpo dele.”, relatou emocionado o pai, que acompanhou o resgate do corpo do filho. Logo após o instante do resgate, chegou a equipe do Instituto Médico Legal para os procedimentos necessários àquele caso.
Thieres Augusto Gonçalves da Silva era um jovem trabalhador e que seguia o ofício do pai, Aparecido, no ramo da Construção Civil. Querido por todos de seu círculo de amizade, tinha como principal hobby a prática de esportes, com destaque para o futebol, sua paixão desde pequeno.
“Eu não tenho palavras para falar do meu filho. Ele era muito bom, amoroso, não tinha nenhum vício, não fumava nem bebia. Todos os pais do mundo gostariam de ter um filho como o meu” relatou o pai visivelmente abalado com tão grande perda.
“Ele era um garoto muito puro. Tinha 19 anos, mas o coração de uma criança de 11 anos. As conversas aqui em casa eram sobre trabalho e jogo de futebol que ele gostava demais. Os três (pai e dois filhos) trabalhavam juntos, jogavam bola juntos. ”, relembra Maria Helena Gonçalves da Silva, mãe do jovem.
“Nossos corações estão arrebentados. A perda de um filho é muito dolorosa”, destacaram os pais.

PRESSENTIMENTO
A mãe de Thieres destacou à reportagem que naquele domingo ela estava com um pressentimento de que algo relacionado à morte fosse ocorrer. Relatou imaginar algo referente ao seu pai, um senhor de idade já avançada e que está adoentado. “Meu pai por ser doente inspirava maiores cuidados. Eu tinha muito medo de perder meu pai. Já fazia uns 15 dias que nos meus sonhos eu estava vendo a morte na minha família. Quando eu acordava pensava no meu pai. Nunca imaginava que fosse um filho meu. No domingo (08) quando eu levantei, eu estava angustiada, com um peso enorme. Fiz o almoço, fui até a casa de minha mãe e quando voltei e fui almoçar, a comida foi ficando entalada e eu sentindo algo ruim. Sentei no banco ao lado da casa da vizinha e fiquei ali, fazendo os meus bordados e meu marido ficou aqui na sala assistindo tv”, ressaltou.
D. Maria Helena Gonçalves da Silva relatou ainda percebeu quando os rapazes haviam chegado e chamado seu filho para sair, mas não havia percebido que ele (Thieres) os tinha acompanhado. “Só depois fui ver que meu menino tinha ido com os amigos”, relatou, bastante emocionada a mãe do rapaz.
“Naquela noite a morte no meu sonho tinha sido mais nítida. Foi espírito de morte mesmo e eu estava angustiada demais. Eu saí de casa e quando voltei encontrei meu marido, parando o carro no meio da rua e gritando desesperadamente para eu entrar no carro. Foi onde eu pensei que o meu filho mais velho tivesse sofrido um acidente com o carro. Foi quando me deram a notícia de que o Thieres havia morrido afogado Eu levei um choque”, relatou a mãe, Maria Helena Gonçalves da Silva, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto.
O pai do rapaz ficou sabendo do fato através dos diretores do time de futebol varzeano do qual participa (Sãopaulinho). Foi questionado se já estava sabendo do ocorrido. Por sua vez Aparecido disse não saber de nada e logo veio o triste comunicado dando conta do falecimento de seu filho mais novo. No mesmo instante, um outro jovem que estava com Thieres na lagoa chegava também, desesperado, testemunhando a veracidade do óbito.

FATALIDADE
Os pais fizeram questão de ressaltar que o evento foi uma fatalidade e não atribuem culpa a ninguém que seja. Destacaram também que o filho já há tempos reclamava sofrer de cãibras e este provavelmente foi o fator que desencadeou o afogamento do jovem, já que segundo relatos este era um exímio nadador e não havia outros motivos para culminar com esta situação trágica.
Questionado sobre os momentos especiais vividos ao lado do filho, Aparecido lembra com emoção os jogos de futebol em que iam juntos e do orgulho em ver o jovem praticar o esporte que unia a família. “Quando estávamos aqui em casa, na sala, ele se deitava no meu colo é um momento que jamais sairá da minha memória”, relembra o pai, enlutado por tão significativa e prematura perda.
Questionado pela reportagem, se pudesse dizer algo ao filho, o pai ressalta, emocionado: “Eu o amava demais. Minha paixão era meu filho”, resume Aparecido Jacinto da Silva.
Em todo o Brasil, os números de afogamentos assustam. Segundo dados do Ministério da Saúde, por ano, no país, em torno de 6,9 mil pessoas perdem a vida em balneários, rios, mares, lagos, cachoeiras e piscinas de clubes, vítimas de afogamento. Em levantamento feito entre 2001 e 2011, o último de que se tem registro, foram contabilizados 69.731 óbitos.
O sepultamento de Thieres Augusto Gonçalves da Silva ocorreu no final da tarde de segunda-feira, 09 de abril, num clima de grande comoção e o cortejo fúnebre acompanhado por familiares e centenas de amigos que cultivou numa breve, porém intensa trajetória de vida. A família agradeceu o carinho da população de Nova Esperança e à família Yuki, que mais uma vez deram mostras de solidariedade e companheirismo neste momento  tão difícil pelo qual passam.

Alex Fernandes França

Um comentário:

  1. Eu conhecia ele, o pai não exagerou em nada em dizer que era uma pessoa pura, verdadeira pricipalmente amiga!! foi uma fatalidade, esse menino caminhava para uma vida honesta como à de seus pais trabalhador, estudioso, entrei em choque quando soubi do que aconteceu assim como tds os amigos dele, infezlismente perdemos nosso "nego sorriso"
    UMa tristeza que nunca saira dos nossos corações, um vazio que jamais será preenchido!

    Saudades Eternas Thirys :/

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