O poeta mineiro Carlos Drummond de
Andrade (1902 – 1987) é um dos nomes mais lembrados da literatura brasileira,
quem sabe todos conhecem o inicío do seu poema: ‘José’ que nos diz: “E agora,
José? A festa acabou...”
Parafraseando
Drummond, “E agora, Gerson? A eleição acabou...”, porém ainda não é esse trecho
do poema que me chama a atenção mas sim ainda na primeira estrofe quando o
poeta diz: “Você que é sem nome..., que ama, protesta?”. Quando o autor
escreveu essas frases ele referia a sua vida, na década de 40. Passados 72 anos
remeto ao poeta para um reflexo da votação do dia 07 de outubro.
Em
uma análise das eleições anteriores de Nova Esperança em 1996, José Benatti
(PMDB) foi eleito com 6.678 votos ou 48,24% dos votos válidos. Em 2000,
Gerson Zanusso (PSC) foi eleito com 5.301 votos ou 34,43% dos votos válidos. Já
em 2004, Maly Benatti (PSDB) foi eleita com 7.890 votos ou 49,92% dos votos
válidos. Nas eleições de 2008, Maly Benatti (PMDB) reelegeu com 7.436 votos ou
46,47% dos votos válidos. E agora, Gerson Zanusso (PSD) é eleito com 9.728 votos ou 58,87% dos votos válidos.
A votação de 2012 superou
todas as eleições anterioes aqui citadas. É obvio que o número de eleitores era
menor porém a porcentagem de votos válidos
deve ser considerada, e o leitor pode observar que é difícil o candidato
conquistar mais que 50% do eleitorado, fato que Gerson Zanusso conseguiu na
votação de 07 de outubro.
O resultado reflete a soma
de muitas coisas: popularidade, carisma, organização de grupo, força política e
muita articulação nos bastidores. Em 2000 quando Gerson Zanusso ganhou pela
primeira vez o comentário da época foi que houve uma divisão do grupo político
da situação, pois naquela eleição, Silvio Chaves (PMDB) disputou a eleição
fazendo 3.465 votos ou 22,51% dos votos válidos e José Benatti (PSDB) 4.119
votos ou 26,75% dos votos válidos. A matemática das eleições em 2000 era que
Benatti e Silvio juntos somariam mais de 7.500 votos.
Em 2004 houve novamente
a união do grupo que manteve Maly Benatti na prefeitura por dois mandatos, esse
último que se encerra no dia 31 de dezembro. O que aconteceu que os mais de
7.000 votos do grupo reduziram aos 4.905 votos ou 29,68% dos votos válidos
obtidos por Junior Moser (PSDB) já que o grupo aparentemente é o mesmo? A mesma
pergunta cabe a Moacir Olivatti (PPS) que em 2004 obteve 7.140 votos ou 45,17%
dos votos válidos e nesta eleição caiu para 1.150 votos ou 6,96% votos válidos.
Em 2004 Moacir Olivatti
teve o apoio dos seguintes partidos: PTB / PSL / PSC / PPS / PFL/ PHS, já Maly Benatti
foi eleita com a ajuda de: PSDB / PMDB / PL / PV. Alguns partidos mudaram a
sigla mas seus líderes continuam os mesmos. O PTB e o PSC que estiveram juntos com Olivatti em 2004,
nesta eleição apoiáram Junior Moser (PSDB) juntamente com o PMDB e PV. Já o PSL
e o DEM antigo PFL juntamente com o PR
antigo PL apoiáram Gerson Zanusso. Dos apoios a Moacir em 2004 sobrou o PHS e
acrescentou o apoio do PT e PP.
Alguns
nomes se destacam nesta vitória de Gerson Zanusso como novos estrategistas
políticos de Nova Esperança, o empresário Eduardo Pasquini que após inúmeros
embates na justiça pela presidência do PSDB com o objetivo de assegurar sua
candidatura optou por apoiar a candidatura de Gerson e Fabio, candidatura essa
que ganhou as ruas já em agosto, além dele, Leandro Cardoso, Bel Cardoso, Edson
Elias de Andrade, Roberto Pasquini e inúmeras pessoas que coordenaram a
campanha.
O
fato é que o grupo que tem como grande líder o ex-deputado Basílio Zanusso saiu
fortalecido desta eleição com uma votação expressiva. Na eleição de 2008 o PR
(Partido da República) que é presidido pelo advogado Edson Elias de Andrade
ajudou a eleger a prefeita Maly. O vice-prefeito de Gerson Zanusso, advogado e
vereador Fabio Yamamoto também pertencia ao grupo da situação e hoje é
oposição. Leandro Cardoso e Bel Cardoso já no final do primeiro mandato da
atual administração romperam com o grupo e começaram a montar um novo grupo de
oposição em Nova Esperança. Eduardo Pasquini um grande articulador, também é um
dos nomes que saí vitorioso deste pleito com uma vantagem, quem sabe até para
uma disputa para a Câmara Federal em 2014, já que possui amizade com o deputado
estadual Evandro Junior e existe a possibilidade de uma “dobradinha”, Pasquini
tem livre acesso com o governador Beto Richa e terá o apoio do prefeito Gerson
Zanusso em sua eventual campanha.
E
agora, Gerson? 9.728 votos, a
responsabilidade é enorme diante do povo de Nova Esperança.
Por melhor que
tenha trabalhado uma administração, asfaltando ruas, proporcionando
infraestrutura, construído e reformando escolas, investindo em todas as áreas
que as pessoas sonham e necessitam, se o lado humano para operacionalizar com
um atendimento de qualidade e pessoas comprometidas e dedicadas em algum
momento pecou, a política tende a se misturar com o futebol e a ser igual ao
meu Palmeiras que não joga com a mesma raça e vontade que o vi jogar em 93/94
mas apenas cumpre tabela e luta para não ser rebaixado...
A diferença é que
no futebol os torcedores gritam, vibram, os mais exaltados xingam mas não
entram em campo, já na política quem sabe o poema bem traduz: “Você que é sem
nome..., que ama, protesta?”. As pessoas consideradas “anônimas”, amam também e
protestam no voto pela mudança... e após o resultado das urnas fica a pergunta:
E agora, Gerson? Acabou a política e você foi aprovado nas urnas com a maioria
dos votos. Aos 6.796 eleitores que optaram por outros candidatos parabéns pela
escolha pois a democracia é isso, é a liberdade de escolha. Nova Esperança após
a eleição é apenas uma, a soma de forças fará esta cidade cada dia melhor.
“Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há
autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus”.
Romanos 13:1
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