Queda de Alfredo Nascimento derruba para nove número de ministros que assumiram ainda sob comando do ex-presidente
Dilma hoje tem nove ministros herdados de Lula, mas eleição de 2012 pode servir de justificativa para reduzir ainda mais a fatia |
As denúncias de tráfico de influência, corrupção e enriquecimento ilícito que derrubaram os ministros Alfredo Nascimento (Transportes) e Antonio Palocci (Casa Civil) diminuíram a cota atribuída ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no governo Dilma Rousseff.
Dos 37 assessores diretos nomeados por Dilma no dia 1º de janeiro, 11 eram remanescentes do governo Lula. Nem todos foram indicados pelo ex-presidente. É o caso de Nascimento, pedido pelo PR. Mas o número de remanescentes caiu para nove e, segundo pessoas próximas à presidenta, pode diminuir ainda mais.
Nascimento e Palocci são os responsáveis até agora pelas maiores crises do governo, mas Nelson Jobim (Defesa) chegou a ser chamado ao Palácio do Planalto para explicar declarações de teor explosivo. Durante homenagem aos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na semana passada, o ministro citou repetidamente os “idiotas” que teriam ganhado espaço depois da saída do tucano.
Jobim se justificou dizendo que se referia a “alguns jornalistas” mas a desculpa não colou entre assessores da presidenta, que interpretaram as declarações do ministro como críticas ao estilo da própria Dilma. Jobim foi praticamente uma imposição de Lula.
Outro ministro que está na berlinda é Orlando Silva (Esportes). Uma das primeiras atitudes de Dilma na Presidência foi cobrar do ministro um plano de ações que evite um vexame na Copa do Mundo de 2014. A presidenta teria ficado assustada com o atraso no cronograma das obras e teve que ser convencida a manter Silva no posto. Além disso o PC do B, partido do ministro, está em processo de afastamento do PT.
Ainda na cota de Lula, o ministro da Educação, Fernando Haddad, é alvo de constantes críticas da presidenta devido às reiteradas falhas na aplicação de exames de avaliação como o Enem.
Segundo fontes próximas a Dilma, todos eles estão na mira da presidenta, que deve aproveitar as eleições municipais do ano que vem para fazer novas mudanças no ministério. De acordo com pessoas com trânsito no Planalto, a presidenta tem até agora apagado incêndios iniciados no governo anterior.
“As irregularidades não aconteceram no governo dela. São coisas antigas com as quais Dilma está sendo obrigada a lidar. Do mesmo jeito que foi obrigada a herdar parte do ministério. São problemas típicos de um governo de continuidade. Aos poucos ela vai impor o próprio estilo e se diferenciar de Lula”, disse um dirigente do PT.
Ricardo Galhardo, iG São Paulo
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