A cada R$ 1 pago em pedágio no Anel de Integração, R$ 0,22 aproximadamente retornam às prefeituras e aos governos estadual e federal por meio de taxas ou impostos. De um total de R$ 1,2 bilhão arrecadado pelas concessionárias no ano passado, R$ 275 milhões foram “devolvidos” ao governo. Os “pagamentos ao poder concedente” contemplam taxas usadas pelo governo estadual na fiscalização das concessões, somando R$ 20 milhões em 2010. Já os impostos municipais (ISS) e federais totalizam R$ 255 milhões.
Desde o início do ano, após Beto Richa assumir o governo, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) apostou no diálogo com as seis concessionárias do Anel de Integração para diminuir o valor das tarifas. Até o momento, contudo, a interrupção no pagamento das taxas ou a tentativa de isenção dos impostos não chegaram à mesa de negociações. Entre possíveis propostas para diminuir o custo, encontram-se o fracionamento das praças (diminuindo os lotes de cada praça) e a inclusão ou retirada de determinados investimentos.
Uma possível diminuição da incidência de tributos sobre as concessionárias é considerada como hipótese remota pelo diretor regional no Paraná e em Santa Catarina da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto. Por enquanto, as tratativas entre o DER e as concessionárias estão em fase de levantamento técnico, sem propostas oficiais das partes. “Não houve discussões de ordem econômica e financeira sobre impostos, porque precisam ser analisados sob o aspecto legal”, afirma. “Mudanças nos termos do contrato exigem reequilíbrio contratual.”
Sob a ótica econômica, a isenção de impostos tem chances nulas, na opinião do professor do curso de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Carlos Magno Bittencourt. “As concessionárias fazem negócios assim como outras empresas. Não pode haver tratativa especial sobre o assunto, porque se caracterizaria como sonegação”, afirma. Para haver possibilidade de negociação, o próprio governo estadual ou um deputado teria de propor um Projeto de Lei a respeito do tema, com aprovação da Assembleia Legislativa. Mesmo assim, uma tentativa dessa seria provavelmente barrada, segundo Bittencourt. O DER não se manifestou sobre o assunto.
Sem explicação
De 1998 a 2010, o DER arrecadou por meio de taxas pagas pelas concessionárias R$ 170 milhões, segundo a ABCR. Porém, o órgão alega ter recebido R$ 150 milhões até junho deste ano. Mesmo havendo regras explícitas sobre como deve se dar o uso da verba, o DER não soube explicitar como foi aplicado o dinheiro – nem sequer os R$ 20 milhões referentes a 2010.
Vinicius Boreki- GP
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