quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

::: ECONOMIA - Inflação registra o menor índice em 15 meses

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), usado no reajuste de preços dos aluguéis, deve encerrar com taxa positiva em janeiro, bem distante da deflação de 0,26% apurada em dezembro para o indicador.
É o que mostrou ontem a segunda prévia do índice no mês, que subiu 0,51%, a mais intensa taxa em 15 meses, após cair 0,18% em igual prévia do mesmo indicador em dezembro. Na segunda prévia de janeiro, o índice foi pressionado por taxas de inflação mais intensas nos três setores usados para cálculo do IGP-M: atacado, varejo e construção civil. “Mas não creio que a taxa de janeiro possa atingir 1%”, afirmou o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Salomão Quadros.
Para o especialista da fundação, os aumentos de preços que puxaram para cima a inflação da segunda prévia devem continuar elevando a taxa do indicador, até o final de janeiro. Ele chamou atenção que, na coleta de preços para a segunda prévia de janeiro, o período pesquisado vai do dia 21 de dezembro a 10 de janeiro. Ou seja: apenas dez dias do primeiro mês do ano foram coletados para cálculo do índice. “Muitos reajustes que ocorreram em janeiro ainda não foram completamente captados pela inflação do varejo, como aumentos em mensalidades escolares e em tarifas de ônibus urbano”, disse. “Além disso, temos aumentos consistentes de preços no atacado, que não devem diminuir de ritmo até o fechamento do IGP-M”, acrescentou. No atacado, os preços também pararam de cair (de -0,38% para 0,44%) da segunda prévia de dezembro para igual prévia em janeiro, pressionados pelo término de deflação nos preços agropecuários (de -1,00% para 0,16%); e nos preços industriais (de -0,18% para 0,53%). “Temos muitos exemplos de elevação de preços, tanto no setor agrícola como no setor industrial”, acrescentou o especialista.
Indústria
No setor industrial atacadista houve fim de deflação em preços importantes, como arroz beneficiado (de -1,45% para 8,78%); e produtos químicos (de -1,55% para 0,03%) como fertilizantes (de -6,12% para 3,06%), além de aceleração de preços em ferro gusa (de 2,39% para 4,83%); e em fios, cabos, e condutores elétricos (de 4,58% para 8,95%). Já entre os produtos agrícolas, é possível destacar o comportamento dos alimentos, tanto os in natura, como processados, como o açúcar cristal - que saiu de uma queda de 2,97% para um avanço de 11,08% da segunda prévia de dezembro para a segunda prévia anunciada ontem. “Não acho que dessa vez podemos citar apenas um fator, ou destacar um segmento, para explicar a elevação na segunda prévia”, disse Quadros acrescentando que foi “um trabalho conjunto” de aumentos de preços em diferentes setores usados para cálculo do indicador.No varejo, a inflação acelerou (de 0,19% para 0,74%), pressionada principalmente por aumentos de preços nos alimentos (1,19%); cursos formais (1,63%); e tarifa de ônibus urbano (2,79%). Já na construção civil a inflação quase duplicou (de 0,22% para 0,40%) devido a um cenário de mão de obra e de materiais mais caros no setor.
(Agência Estado)

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