Por que desperdiçar a oportunidade de eleger Gleisi Hoffmann senadora se o PT tem outros bons nomes a oferecer para vice de Osmar Dias? Essa era a pergunta que se faziam alguns altos petistas em Brasília ontem após, mais uma vez, ouvir o PDT insistir na ideia de que a aliança com o partido só será boa se Gleisi sair da disputa pelo Senado.
Nã-na-ni-na-não!, bradou a própria, não sem antes, contudo, cumprir o ritual da civilidade: “Fico muito honrada com a lembrança do meu no me, mas entendo que uma boa aliança se faz em torno de programas e não de nomes”, afirmou. Para acrescentar em seguida: o PT tem um programa de governo e um projeto político prioritário, que é o de dar continuidade ao governo do presidente Lula elegendo para sucedê-lo a ministra Dilma Rousseff.
Glesi lembrou que foi do PT a iniciativa de buscar no Paraná os partidos da base para constituir uma aliança que pudesse fortalecer esse projeto. O PDT foi um deles. O PT, a pedido do próprio presidente Lula, ofereceu seu apoio a Osmar Dias. Entretanto, até o momento, os pedetistas paranaenses não manifestaram nenhuma disposição para assumir compromisso com os programas do PT e com a eleição de Dilma Rousseff. Ao contrário, só se tem notícia é de que algumas alas do PDT ainda trabalham para ressuscitar a aliança com o PSDB na esperança de que o prefeito Beto Richa ceda o lugar de candidato da oposição ao senador Osmar Dias.
Para ela, não será a retirada de sua candidatura ao Senado para aplainar o caminho de Requião – como imagina o PDT – que irá trazer o PMDB pa ra a aliança em favor de Osmar Dias. “O governador Requião nunca nos pediu isso; além disso, ele não é um político que tenha medo de disputar eleições.”
Se o problema é o vice, o PT tem outros nomes
Diante disso tudo, Gleisi acha prematura qualquer discussão sobre quem deve ser o vice de Osmar Dias. A prioridade, insiste, são os compromissos recíprocos em torno de programas de governo. Mas se o problema é achar um vice petista, seu partido tem outros nomes a oferecer, dentre os quais a presidente estadual do partido cita Jorge Samek (diretor-geral de Itaipu), o deputado Ângelo Vanhoni e o próprio marido, o ministro Paulo Bernardo.
Sua candidatura ao Senado, por outro lado, é estratégica para o partido. “Como candidata a vice, tenho pouco a oferecer em termos eleitorais. Mas, como candidata ao Senado, uma eleição majoritária, crescem as chances de o PT, nas proporcionais, ampliar suas bancadas de deputados estaduais e federais”, argumenta.
E vai mais fundo em suas dúvidas sobre a insistência do PDT em tê-la como vice: “O PDT comete um equívoco ao imaginar ser essa a única estratégia para se agarrar, pois esquece que o grande eleitor chama-se Luiz Inácio Lula da Silva. É ele, e não qualquer candidato a vice-governador, que mais vai pesar na decisão dos eleitores”.
Celso Nascimento | celso@gazetadopovo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá Leitor (a) do Blog Opinião do Zé!
Obrigado por participar e deixar este espaço ainda mais democrático...