quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

::: NOVA ESPERANÇA - Emater quer mais visibilidade e novas oportunidades para a seda paranaense


Mesmo sendo o maior produtor nacional de casulos verdes com 4,5 mil toneladas que resultam em 92,17% do total, o Paraná não tem potencializado as oportunidades empreendedoras da seda, afirma o extensionista Oswaldo Pádua, do instituto Emater de Nova Esperança.


Pádua inclui a função social e econômica da atividade sericícola ao beneficiar diretamente a agricultura familiar com renda e ocupação da mão de obra na pequena propriedade rural. “Temos que ver a criação do bicho da seda como opção de diversificação agrícola”.


A sericicultura, na opinião dele, não mostra a importância social, econômica e ambiental do seu produto seda porque a informação mais determinante e que circula é de que toda a produção industrial nacional do fio é exportada para a Ásia visando atender o seu o mercado interno da vestimenta tradicional e o de grife de roupas finas e caras da Europa.


“Aqui no Brasil a seda se torna ainda mais invisível para os olhos da população porque a indústria têxtil tem um mercado consumidor nacional muito seletivo e específico, e também é restrita a divulgação dos produtos que fazem parte das indústrias farmacológica, cosmética e nutricional”, lembra Pádua.


As mudanças pretendidas e que estimulem a visão de modo positivo para o crescimento do setor podem ocorrer com a atuação efetiva da assistência técnica privada das indústrias Fujimura do Brasil e Fiação de Seda Bratac, e da ação estruturada da Câmara Setorial da Seda, com atuação do Sebrae, universidades e entidades de classe.


“Também é recomendado o reposicionando do papel dos extensionistas do Emater como integradores dos elementos que compõem a cadeia produtiva e assim atacar um novo foco, o da importância da sericicultura na sociedade paranaense na criação de mais empregos urbanos e rurais, promovendo novas fontes de renda e movimentando as economias locais”, afirma Pádua.


Com a participação de mais empreendedores na atividade gerando, transformando e fornecendo produtos e subprodutos de seda – vestimentas, acessórios, bijuterias, peças artesanais, produtos de beleza, remédios e componentes alimentares – o mercado consumidor abre portas dando novas oportunidades às pequenas indústrias e à entrada de mais agricultores familiares na produção. Esta ação impulsiona o comércio da seda e de seus derivados, promovendo aumento do giro econômico nos municípios produtores e nos centros consumidores.


Pádua cita como iniciativa referencial o empreendimento coletivo Artisan Brasil, operando no mercado com produtos artesanais de seda desenvolvidos pela Copraseda em parceria das indústrias de fiação Fujimura e Bratac, Emater, Seab, Uem, Casulo Feliz, Cesumar e Prefeitura Municipal de Nova Esperança.


Desde a sua criação este projeto é acompanhado pela Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense - Amusep, pelo qual famílias rurais fazem artesanato do fio de seda produzindo na região de Maringá, com abrangência de participação das demais regiões sericícolas do Paraná.


Ele sugere o uso estratégico dos métodos de trabalho do Emater, em especial nas vitrines tecnológicas montadas nas exposições agropecuárias. Cita como exemplo as exposições de Londrina, Cornélio Procópio e Maringá onde estão consolidadas as fazendinhas. Neste eventos devem ser promovidos desfiles da seda na cultura japonesa, desfiles de modas e acessórios de seda, além de apresentação de todos os produtos e subprodutos derivados da seda, inclusive manter exposto como atrativo complementar o sistema de criação do bicho da seda.


No Paraná participam da atividade sericícola 4,5 mil produtores, criando bicho da seda em 5 mil barracões. A área cultivada de amoreiras chega a 11,5 mil hectares. A expectativa da safra 2009/10 é aumentar em 20% a produção de casulos verdes e incrementar em 10% a participação de agricultores familiares, distribuídos em 229 dos 399 municípios paranaenses.


Isto graças ao vigor vegetativo das amoreiras beneficiadas pelas chuvas e a atratividade remuneradora pela recuperação do preço do quilo do casulo verde na média atual de R$ 7,50. Nova Esperança é considerado o maior produtor nacional, com 380 agricultores familiares cultivando 1,7 mil hectares e criando o bicho da seda em 540 barracões, obtendo na última safra 639 toneladas de casulos verdes. O município será sede, em 15 de julho deste ano, do 28º Encontro Estadual de Sericicultura, evento que deverá reunir cerca de 2 mil participantes.

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