Mário Negromonte enfrenta divisão interna no partido. Apoio de deputados da legenda custaria R$ 30 mil
Negromonte: ministro controla orçamento de R$ 22 bilhões |
A avalanche de denúncias que assolam a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, deve atingir o ministro da Cidade, Mário Negromonte (PP). O ministro teria oferecido um mensalão ministerial de R$ 30 mil em troca de apoio político dos deputados da legenda.
A medida seria para enfrentar uma guerra declarada pelo controle do Partido Progressista e sua influência sobre o ministério. Uma parcela do PP queria manter Márcio Fortes, ministro que comandou a pasta por mais de cinco anos durante o governo Lula.
Há duas semanas, o grupo ligado ao ex-ministro destituiu da liderança do partido o deputado federal paranaense Nelson Meurer, aliado de Negromonte, colocando no lugar Aguinaldo Ribeiro, aliado de Márcio Fortes.
De acordo com reportagem da revista Veja, deputados que foram convocados para reuniões no Ministério das Cidades receberam ofertas de um pagamento mensal de R$ 30 mil em troca de apoio ao atual ministro. O PP é o terceiro maior partido da base aliada, com 41 deputados e cinco senadores. O partido controla o Ministério da Cidade, que dispõe de um orçamento de R$ 22 bilhões.
As reuniões teriam ocorrido em uma sala anexa ao gabinete do ministro, comandadas por quatro aliados de sua confiança – os deputados João Pizzolatti, Nelson Meurer, José Otávio Germano e Luiz Fernando Faria, que tentam angariar apoio parlamentar à Negromonte. Apenas na última terça-feira, 12 parlamentares estiveram no ministério. Sob a condição do anonimato, três deles revelaram à Veja que ouviram a proposta da “mesada”.
Procurado, o ministro informou que não comentaria boatos e atribuiu as acusações a disputa partidária, apontando Fortes como responsável. Já o ex-ministro rebateu dizendo que se desligou da pasta e se afastou das atividades partidárias.
Desde o início de seu governo, em 1.º de janeiro, a presidente Dilma Rousseff vem enfrentando crises na sua equipe ministerial, A primeira queda foi do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) após denúncias de enriquecimento com sua empresa de consultoria. Alfredo Nascimento, dos Transportes, caiu após denúncias de corrupção na sua pasta. Nelson Jobim, da Defesa, também perdeu o cargo após criticar publicamente colegas do governo. Na última semana, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, pediu exoneração após sucessivas denúncias de corrupção. O último escândalo envolve denúncias da pasta do Turismo.
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