Professor Lemos: reajuste corrige parte da defasagem |
O governo paranaense enviou ontem à Assembleia Legislativa do Paraná a mensagem que reajusta os salários dos professores da rede pública estadual em 5,83%. A intenção da base governista é que a proposta seja aprovada ainda nesta semana. Para os docentes, porém, esse é apenas um primeiro passo para corrigir o que consideram como inúmeras injustiças com a categoria.
Pelo projeto enviado ontem à Assembleia, inicialmente o governo fará o pagamento retroativo de 3% sobre o vencimento de julho deste ano. Já a segunda parcela será paga a partir de outubro, com um aumento de 2,83% no salário. A medida, que vai equiparar a remuneração dos professores à dos demais servidores públicos estaduais, terá impacto de R$ 73,2 milhões nas contas do governo até o fim do ano. No total, serão beneficiados 46.382 professores na ativa, além da incidência do reajuste em 38.807 benefícios de aposentadorias e pensões.
De acordo com o Executivo, o aumento proposto na mensagem faz parte de um reajuste total de 26% nos vencimentos dos professores da rede estadual de ensino, que deve ser pago em quatro parcelas anuais. Essa, inclusive, foi uma das promessas de campanha do governador Beto Richa (PSDB). “A equiparação salarial dos professores é um compromisso que será rigorosamente cumprido”, disse o tucano ao assinar a mensagem, há dez dias.
Críticas
No entanto, para o deputado Professor Lemos (PT), ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP Sindicato), o reajuste de 5,83% corrige apenas parte da defasagem da remuneração da categoria. “Ainda vai ficar faltando em torno de 20%. E, diante do otimismo em torno do aumento da receita do estado para este ano, vamos continuar lutando para zerar essa injustiça já em 2012”, afirmou.
O petista defendeu ainda que é preciso valorizar os professores da rede pública e colocá-los em igualdade de tratamento em relação aos demais servidores. “A educação deve ser sempre prioridade. Somente valorizando o profissional vamos melhorar a qualidade do ensino ofertado”, argumentou. “No mínimo, os professores devem ter os mesmos benefícios que recebem os servidores que exercem funções da mesma complexidade.”
A proposta do Executivo será analisada na reunião de hoje da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Euclides Lucas Garcia
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