*Paulo Castilho Junior
Buscar fama custe o que custar. É uma clara sugestão do quanto algumas pessoas estão dispostas a serem famosas. Ao ponto de pararmos e revermos os conceitos existenciais. A fama nos acompanha desde os primórdios de nossa civilização, talvez seja este o ponto no qual a perseguição da fama e sua busca desenfreada iniciaram.
No momento há uma missão pela fama, quase uma corrida maluca pela conquista da fama. Regras existem poucas e pudor quase nenhum, quem vencerá? Quem mostrar mais, os bonitos, feios, simpáticos ou os certinhos. Tudo incerto na verdade, o que é certo mesmo que estamos presenciando talvez uma nova síndrome: compulsão pela fama.
Muitos jovens têm deixado de acreditar no empreendedorismo e alguns até nos estudos ou outros meios de conquistar vitórias em suas vidas para correr atrás da fama e seus benefícios que ela sugere. Um reality show com muitas câmeras e um trabalho de marketing muito bom infla essa bolha diariamente. Os religiosos dizem que a fama não é pecado, os psicólogos e terapeutas comportamentais dizem ser um caminho perigoso, pois poucos sabem lidar bem com os momentos de fama, e outros contagiados com a nova síndrome buscam a fama de forma descontrolada.
Dispostos há ficarem alguns meses até confinados em uma casa mostrando ao mundo seus instintos mais primitivos e tentando convencer um país que ele ou ela é merecedor de um premio tentador por sinal. Um verdadeiro culto a ignorância brasileira, onde talvez “nem toda mulher é só bunda”, mas sua programação de TV é bem sugestiva que se mostrar algumas curvas a mais, certamente fará sucesso. Até mesmo um vestido rosa dois dedos mais curtos que os outros da um falatório só.
No caminho que estamos indo, se esta síndrome vira moda, o vestibular vai ser até mais complicado do que já é: fazer um vídeo e se inscrever no BBB ou qualquer outro reality show. O curso terá duração de três meses e quem chega à final é o formando.
Será que estamos vendo o inicio de uma decadência? Onde a busca pela fama é mais importante do que a busca pelo conhecimento. Será que pode ser tudo que alguém almeja na vida? Ninguém vê a fama como problema, apenas poucos olham ela como uma conseqüência e não como objetivo. O objetivo de ser famoso poderá aflorar a síndrome da busca desenfreada pela fama?
Afinal a fama é apenas um processo de aceitação de massa social, pelo trabalho ou reconhecimento por uma descoberta ou atitude honrosa. Bom, já foi isso, mas hoje a fama é quase o resultado de uma busca desenfreada e seus quinze segundos de duração.
A mídia fala que somos um povo trabalhador, alegre e que não desistimos nunca. Mentira. Estamos à beira da excelência da vagabundagem, pois buscamos a fama e não mais é ensinado que para fazer sucesso é preciso estudar, trabalhar e que a fama, essa é uma conseqüência. Se a fama vier é um resultado e não uma necessidade.
“Somos um povo tão alegre”: outra mentira. Nosso povo não passa de bobalhões que ri e gargalha com a busca de sucesso fracassada dos outros.
Se olharmos a programação de TV e seu conteúdo ela reflete a cultura e a educação de uma nação, creio estamos quase a margem da mediocridade. E ainda vem por ai um monte de síndrome. A busca desenfreada pela fama é pequena frente às outras que estão ganhando espaço. Será que se eu estudar pra alguma área de terapia comportamental vou ficar famoso? Acho que já peguei!
*Paulo Castilho Junior é meu amigo pessoal de infância, Gestor Web e Webdesigner em Maringá
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