quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

::: POLÍTICA - Missão é aproximar Paraná da União

Bancada paranaense toma posse com o desafio de melhorar a relação com o governo federal e garantir mais recursos para o estado

Em uma legislatura que começa diante de novas gestões nos palácios do Planalto e Iguaçu, a bancada paranaense no Congresso Na­­cional tomou posse ontem com o desafio de harmonizar a relação entre estado e União. Nos últimos anos, o Paraná tem perdido espaço na divisão dos recursos federais, em especial na execução das emendas coletivas. Em 2009, as propostas de investimentos da bancada foram as que tiveram menor volume de autorização e de empenho na comparação com todos os vizinhos das regiões Sul e Sudeste.
Entre os R$ 91,2 milhões autorizados para o estado naquele ano, apenas R$ 23,2 milhões foram empenhados. Os valores foram, respectivamente, 79% e 93% inferiores aos destinados aos gaúchos (R$ 444,2 milhões e R$ 350,2 milhões). Ou seja, para cada R$ 1 reservado no orçamento da União em emendas coletivas para os parlamentares paranaenses, havia R$ 15 para os do Rio Grande do Sul.

Ambos os estados, contudo, possuem quase a mesma representatividade no Congresso. São 34 gaúchos (3 senadores e 31 deputados) e 33 paranaenses (3 senadores e 30 deputados). Na comparação proporcional entre tamanho de bancada e execução das emendas, o Paraná também perdeu para estados com menos congressistas, como Espírito Santo e Santa Catarina.
Coordenador da bancada paranaense nos últimos dois anos, o deputado Alex Canziani (PTB) garante que haverá mais entrosamento a partir deste ano. “Dá para sentir uma diferença na postura do governador Beto Richa (PSDB). Dependerá dele comandar esse movimento e dar a linha das ações estruturantes que o estado precisa”, diz.
Obras
Canziani explica que a integração entre governo e bancada será fundamental para emplacar projetos de interesse do Paraná no Plano Plurianual (PPA) do orçamento da União, que englobará as obras estruturantes com custo acima de R$ 20 milhões a serem realizadas nos próximos quatro anos. A proposta será fechada no segundo semestre. “O último PPA praticamente só contou com sugestões dos parlamentares”, conta.
Segundo o deputado, já estão previstas reuniões com Beto Richa e o secretário estadual de Infraes­­trutura e Logística, José Richa Fi­­lho, para discutir prioridades. O problema, no entanto, será au­­mentar a destinação de recursos para o estado às vésperas do ajuste fiscal que deve ser promovido pela presidente Dilma Rousseff (PT) até março. “Todos sabemos que será um perío­do difícil”, avalia o deputado Rei­­nhold Stephanes (PMDB), que chega ao sétimo mandato na Câmara.
Para o deputado novato Zeca Dirceu (PT), não há motivo para desespero. “Todos os governos começam com contingenciamentos de recursos. O importante é que existe a garantia de que os recursos do Programa de Ace­­leração do Crescimento (PAC) serão mantidos.”
Outra estreante, a senadora Gleisi Hoffmann (PT) disse que o temor está ligado à possibilidade de corte nas emendas individuais dos parlamentares. “Isso pode acontecer, mas todos têm de fazer a sua parte. Se for necessário para manter os investimentos, temos de suportar.”
GP

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