Nova Esperança sediará em breve a I Feira Nacional do Vale da Seda. Na última terça-feira (26) a feira foi oficialmente lançada, no Auditório da Faculdade do Noroeste Paranaense (Fanp). Estiveram presentes a Prefeita Maly Benatti, o vice-prefeito da Júnior Moser, Oswaldo da Silva Pádua, Extensionista da Emater, Presidente da Câmara de Vereadores, Vera Lúcia Boregas Santini, Dirce Gonçalves da Silva, Presidente da Copaseda, artesãs, entre outros.
Na ocasião, foi entregue o cheque de R$ 15 mil do prêmio Fecomércio de Sustentabilidade para as artesãs. O prêmio, cuja cerimônia aconteceu no final de maio, foi conquistado na subcategoria microempresa, onde concorriam entre 314 inscritos de todo o país. A conquista foi graças ao projeto Artisans Brasil e o recurso será utilizado para a manutenção e expansão do projeto Artisans Brasil.
Para o presidente do Instituto do Vale da Seda, que é o realizador da Feira Nacional, João Berdu, “um dos desafios do setor é agregar maior valor à produção. E é justamente este o objetivo da feira: comercializar produtos de maior valor agregado, incluindo tecidos de seda e peças confeccionadas com seda, como kaftans e lenços. Ele ressalta que, na feira, as peças terão descontos promocionais e haverá um designer de moda à disposição dos compradores de tecido”, explicou.
A região conhecida como Vale da Seda, que inclui 29 municípios, entre eles Nova Esperança, é a maior produtora de casulos verdes do ocidente. A estimativa da Emater é que 3,9 mil famílias paranaenses criem bichos da seda. Mas a perspectiva é que este número cresça, porque com o aumento do valor do quilo do casulo,o que torna a produção mais lucrativa, mais famílias estão investindo no negócio. Apenas em Nova Esperança 60 novas famílias passaram a criar bicho da seda neste ano e foram reativadas algumas áreas de produção.
Segundo a prefeita Maly Benatti, “hoje, a sericicultura representa 70% da economia rural e elevou o município à condição de maior produtor de casulos do Brasil, respondendo por 14% da produção nacional. Agora poderemos nos tornar a Capital Nacional da Seda, já que temos a idéia e a de transformar o Casulo Verde em tecidos de seda, no próprio município”, ressaltou Maly ainda dizendo que a atividade (Sericicultura) é economicamente viável e ecologicamente correta, além de socialmente justa”
O vice-prefeito Júnior Moser agradeceu o apoio do Técnico da Emater, Oswaldo da Silva Pádua, a parceria com o comércio, com a Câmara de Vereadores e falou sobre a Artisans Brasil “Essa cooperativa está criando um belo trabalho com a nossa seda. Nela são produzidas diversos tipos de materiais, como cachecóis, roupas, entre outros. Esse trabalho está gerando bons frutos. Parte do que é produzido está sendo exportado para a França”, contou Júnior Moser.
Segundo o técnico agrícola da Emater, Oswaldo da Silva Pádua, que é sericultor e gerente da Câmara Técnica do Complexo Seda Paranaense, “a atividade da seda é considerada uma das principais alternativas de diversificação da pequena propriedade, geradora de empregos e renda, pois cada hectare de amoreira gera um emprego direto no campo”. Ele explica que as condições climáticas das regiões norte e noroeste do Paraná possibilitam de oito a nove criadas, fazendo com que o produtor obtenha receita a cada 30 dias entre oito a nove meses no ano. “Além disso, a exploração da criação do bicho da seda contribui significativamente na preservação do meio ambiente, pois restringe drasticamente outras culturas que se utilizam de agrotóxicos”, compara.
Pádua destaca que o maior município produtor de casulos verdes do Paraná na safra 2009/2010 foi Nova Esperança, com a produção de cerca de 639,3 mil quilos de casulos, o que representou 15% da produção paranaense. E no mesmo período o Paraná foi responsável por 92,1% da produção nacional de casulos verdes. “O segmento agroindustrial da seda participou com R$ 46 milhões de reais na formação do Produto Interno Paranaense”.
Nova Esperança conta com uma iniciativa referencial de empreendimento coletivo, que é a cooperativa dos artesãos de Seda de Nova Esperança (Copaseda/ Artisans Brasil), criada em 2009 com o apoio do Programa Universidade Sem Fronteira, e o projeto Vale da Seda. Com a economia rural garantida, o município tem projetos para fortalecer as empresas da área urbana, principalmente de confecção, móveis e metalurgia.
Alex Fernandes França - Jornal Noroeste
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