Consultoria Target, através de uma pesquisa encomendada pelo jornal Gazeta do Povo, divulgou os números do potencial de consumo das famílias paranaenses, ele é de R$ 147 bilhões. O que chama atenção na pesquisa, é que 53% deste potencial se concentram em 10 cidades do Estado, R$ 77,6 bilhões. Somente a capital, Curitiba, tem um poder de consumo das famílias de R$ 38,3 bilhões, o que a recoloca na quinta posição no ranking nacional.
Outro elemento que tem que ser considerado, e trás um diferencial para os números paranaenses, é a comparação com o índice nacional de distribuição de consumo das famílias. As dez cidades brasileiras com maior potencial de consumo representam 26% do potencial nacional.
A pesquisa levou em conta a capacidade de consumo analisando a aquisição de bens como eletrodomésticos, produtos de higiene pessoal, gastos com alimentação, etc. Os dados foram levantados com base em números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O que pode nos ajudar a elucidar esta disparidade gritante entre a desigualdade paranaense e a nacional é o perfil das dez cidades com o maior poder de consumo. Elas também são as que concentram a maior parte da população, 40%, que tem a melhor renda e qualificação de mão-de-obra. Elas tiveram, e devem continuar tendo, a maioria dos investimentos no setor de indústria, comércio e prestação de serviços. O que é uma tendência do capital, investir em regiões que dêem segurança e retorno.
Mas a história econômica do Estado colabora para a construção da imensa distância entre a riqueza produzida e a concentração da pobreza. Temos que destacar o papel que o agronegócio gerou e gera na população do Paraná. Nos últimos 45 anos foi o elemento que movimentou a economia do Estado, mas também provocou um surto migratório sem precedentes.
O desenvolvimento técnico condenou regiões e seus núcleos urbanos, principalmente no centro do Estado. O anel de integração é a maior demonstração disso, a riqueza circunda a miséria. A mão-de-obra desqualificada se concentra nas periferias das grandes cidades, mas também é predominante nos municípios pequenos, empobrecidos pela falta de investimentos.
O atual governo pretende combater esta realidade, fazer investimentos no interior, atrair o capital privado para as áreas periféricas do Estado através de incentivos fiscais e investimento em infra-estrutura. Antes tarde do que nunca, mas a demora por parte do poder público construiu uma realidade difícil de combater. O que não se pode é romper os investimentos e manter um plano de revitalização em longo prazo. E neste ponto os governos estaduais não foram um bom exemplo no Paraná.
Diário de Bordo - Gilson Aguiar
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