Estudantes de alta renda podem ter sido beneficiados, segundo investigação feita pela Procuradoria Geral da República, revelada por reportagem da TV Globo
A Procuradoria da República investiga irregularidades na concessão de mais de 30 bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni), programa federal para universitários de baixa renda, em Umuarama, Noroeste do estado. A investigação conta com o apoio da Polícia Federal. Segundo reportagem apresentada neste domingo (1º) pelo programa Fantástico, da TV Globo, estudantes de Umuarama com padrão de vida elevado são suspeitos de terem sido beneficiados por bolsas de estudo para jovens de baixa renda.
Um dos casos apresentado pelo Fantástico é de uma estudante que mora em um dos melhores condomínios residenciais da cidade e cursa odontologia na Universidade Paranaense (Unipar), maior universidade particular da região. A reportagem flagrou a mãe de Ingrid Peres Ochi (estudante investigada), Dayse, saindo de uma casa com dois carros na garagem para levar a filha à universidade.
Questionada pelo repórter se a filha estava enquadrada nas condições do ProUni, a mãe responde que Ingrid não é carente e se nega a informar a renda da família. Depois, a mãe diz que pobre e carente não consegue estudar na Unipar.
“Quem é pobre, carente, com salário mínimo, não consegue acompanhar o estudo e comparar os materiais que precisa para o curso de odontologia”, diz Dayse ao Fantástico.
Outro caso apurado pelo programa da TV Globo foi de uma estudante que mora em um bairro de classe média. Na garagem, a equipe encontrou dois carros estacionados. Em um dos veículos está Luana Valim dos Santos, que estuda na Unipar. A estudante não quis falar com a equipe de reportagem.
“Elas acreditam que estão apenas enganando o governo quando, na realidade, estão enganando a sociedade e as pessoas mais carentes. Essa pessoa será processada por estelionato contra a União e também terá que devolver todo o benefício à Justiça, caso [se] comprove a irregularidade”, disse o procurador que comanda a investigação aos fraudadores do ProUni na região, Robson Mathias, em entrevista à TV Globo.
Unipar diz que fiscalização é difícil
A direção da Unipar disse ao programa Fantástico que é difícil descobrir as fraudes. “É uma questão do poder público verificar essa situação, porque nós não temos condição de sair a campo para verificar cada caso”, diz o coordenador do ProUni da Unipar, José de Oliveira Filho.
O Ministério da Educação diz que a obrigação de fiscalizar a concessão de bolsas é da universidade. “Tem uma parte que cabe à instituição, que é o primeiro momento. A inscrição do jovem é feita na instituição, que cabe a ela verificar as condições daquele jovem”, disse o secretário do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa.
Fábio Guillen - GzMga
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