terça-feira, 14 de junho de 2011

::: COMÉRCIO - Magazine Luiza admite possibilidade de fechar lojas do Baú

Loja do Baú em Ponta Grossa: apesar do possível fechamento de algumas unidades, Magazine Luiza não fala em demissões


Magazine Luiza, que adquiriu as lojas de Silvio Santos, anunciou que pode fechar unidades muito próximas de suas lojas

O Magazine Luiza anunciou ontem a aquisição de 121 lojas do Baú Crediário; a maioria delas – 80 endereços – está no Paraná. A sobreposição de unidades das duas redes, segundo o Magazine Luiza, pode levar ao fechamento de algumas lojas, e a rede paranaense MM-Mercadomóveis já está de olho na oportunidade.
O comunicado à imprensa en­­viado pelo Magazine Luiza afirmava que, em cidades que não precisam de lojas adicionais, a empresa poderia “juntar, fechar, alienar ou transferir alguns dos pontos comerciais do Baú”, e a MM manifestou interesse nas lojas que não serão utilizadas diretamente pelo Magazine Luiza. Em seu blog, o empresário e superintendente da MM, Márcio Pauliki, afirma que o grupo enviará, ainda esta semana, uma carta proposta a respeito dessa intenção. A MM era um dos concorrentes na disputa pela compra das lojas do Baú, junto com o Maga­zine Luiza. Há dois anos, o grupo havia perdido para o Baú a corrida pela compra de 50 lojas da antiga Dudony.
Negócio
O Magazine Luiza fechou o negócio com o Baú por R$ 83 milhões, que deverão ser pagos até 31 de julho. A rede varejista informou ainda que as novas lojas representam um incremento de 46 mil metros quadrados na área de vendas, ou 11% da área atual. A companhia informou que o valor da aquisição representa cerca de 20% do faturamento bruto das lojas em 2010, “indicando um alto potencial de geração de valor para os acionistas”. O número considera que as lojas não terão nenhuma dívida ou caixa a serem pagos integralmente na data do fechamento da transação.
A aquisição, segundo a empresa, inclui, além das 121 lojas do Baú, os respectivos contratos de locação, equipamentos e instalações das lojas, dos escritórios e centros de distribuição, incluindo sistemas de informática (hardwares e softwares) e a propriedade da base de clientes (cerca de 3 milhões).
O Magazine Luiza afirma que as lojas do Baú estão localizadas em pontos que favorecem o consumo pela classe C, público estratégico da empresa, e também informa que algumas das lojas adquiridas, principalmente no Paraná, deverão ser convertidas em lojas virtuais, reforçando a estratégia de investimento nesse canal de vendas, com maior produtividade e menor necessidade de capital de giro.
O Magazine Luiza não divulgou posição oficial sobre a possibilidade de demissão de pessoal das lojas do Baú em função da aquisição. Apesar disso, o presidente da Federação dos Empre­gados no Comércio do Estado do Paraná (Fecep), Vicente Silva, afirma que a entidade está acompanhando as negociações. “Estamos atentos para que não haja prejuízos para os trabalhadores”, afirmou.
Recuperação
O Grupo Sílvio Santos decidiu se reestruturar para amenizar os impactos da venda do Banco PanAmericano para o BTG Pactual após a descoberta de uma fraude contábil, que gerou rombo bilionário na instituição. Nos próximos cinco anos, a rede irá concentrar seus negócios em três pilares: consumo, com a Jequiti Cosmé­ticos; comunicação, com o SBT; e capitalização, com a Tele Sena. Outras empresas, como a seguradora Panseg, a construtora Sisan e os hotéis Jequitimar, permanecem no grupo, mas sem grandes investimentos.
Em entrevista no fim do mês passado, o vice-presidente do grupo, Lásaro do Carmo Jr., afirmou que o grupo decidiu vender o Baú, conhecido pela venda de carnês para compra de produtos, devido à concorrência. “Para competir nesse mercado, você tem de ser um Walmart, um Pão de Açúcar”, afirmou.

 Derek Kubaski, especial para a Gazeta do Povo, com agências

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