Loja do Baú em Ponta Grossa: apesar do possível fechamento de algumas unidades, Magazine Luiza não fala em demissões |
Magazine Luiza, que adquiriu as lojas de Silvio Santos, anunciou que pode fechar unidades muito próximas de suas lojas
O Magazine Luiza anunciou ontem a aquisição de 121 lojas do Baú Crediário; a maioria delas – 80 endereços – está no Paraná. A sobreposição de unidades das duas redes, segundo o Magazine Luiza, pode levar ao fechamento de algumas lojas, e a rede paranaense MM-Mercadomóveis já está de olho na oportunidade.
O comunicado à imprensa enviado pelo Magazine Luiza afirmava que, em cidades que não precisam de lojas adicionais, a empresa poderia “juntar, fechar, alienar ou transferir alguns dos pontos comerciais do Baú”, e a MM manifestou interesse nas lojas que não serão utilizadas diretamente pelo Magazine Luiza. Em seu blog, o empresário e superintendente da MM, Márcio Pauliki, afirma que o grupo enviará, ainda esta semana, uma carta proposta a respeito dessa intenção. A MM era um dos concorrentes na disputa pela compra das lojas do Baú, junto com o Magazine Luiza. Há dois anos, o grupo havia perdido para o Baú a corrida pela compra de 50 lojas da antiga Dudony.
Negócio
O Magazine Luiza fechou o negócio com o Baú por R$ 83 milhões, que deverão ser pagos até 31 de julho. A rede varejista informou ainda que as novas lojas representam um incremento de 46 mil metros quadrados na área de vendas, ou 11% da área atual. A companhia informou que o valor da aquisição representa cerca de 20% do faturamento bruto das lojas em 2010, “indicando um alto potencial de geração de valor para os acionistas”. O número considera que as lojas não terão nenhuma dívida ou caixa a serem pagos integralmente na data do fechamento da transação.
A aquisição, segundo a empresa, inclui, além das 121 lojas do Baú, os respectivos contratos de locação, equipamentos e instalações das lojas, dos escritórios e centros de distribuição, incluindo sistemas de informática (hardwares e softwares) e a propriedade da base de clientes (cerca de 3 milhões).
O Magazine Luiza afirma que as lojas do Baú estão localizadas em pontos que favorecem o consumo pela classe C, público estratégico da empresa, e também informa que algumas das lojas adquiridas, principalmente no Paraná, deverão ser convertidas em lojas virtuais, reforçando a estratégia de investimento nesse canal de vendas, com maior produtividade e menor necessidade de capital de giro.
O Magazine Luiza não divulgou posição oficial sobre a possibilidade de demissão de pessoal das lojas do Baú em função da aquisição. Apesar disso, o presidente da Federação dos Empregados no Comércio do Estado do Paraná (Fecep), Vicente Silva, afirma que a entidade está acompanhando as negociações. “Estamos atentos para que não haja prejuízos para os trabalhadores”, afirmou.
Recuperação
O Grupo Sílvio Santos decidiu se reestruturar para amenizar os impactos da venda do Banco PanAmericano para o BTG Pactual após a descoberta de uma fraude contábil, que gerou rombo bilionário na instituição. Nos próximos cinco anos, a rede irá concentrar seus negócios em três pilares: consumo, com a Jequiti Cosméticos; comunicação, com o SBT; e capitalização, com a Tele Sena. Outras empresas, como a seguradora Panseg, a construtora Sisan e os hotéis Jequitimar, permanecem no grupo, mas sem grandes investimentos.
Em entrevista no fim do mês passado, o vice-presidente do grupo, Lásaro do Carmo Jr., afirmou que o grupo decidiu vender o Baú, conhecido pela venda de carnês para compra de produtos, devido à concorrência. “Para competir nesse mercado, você tem de ser um Walmart, um Pão de Açúcar”, afirmou.
Derek Kubaski, especial para a Gazeta do Povo, com agências
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