O governador Beto Richa e o ex-governador Jaime Lerner: apenas um cumprimento |
Poucas palavras, um aperto de mão e nenhum olhar de simpatia marcaram o primeiro encontro público do governador Beto Richa (PSDB) com ex-prefeito da capital e ex-governador do Paraná Jaime Lerner após a eleição. Eles se encontraram ontem, durante a inaguração do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Fani Lerner, no bairro Tatuquara em Curitiba. O nome da creche é uma homenagem a mulher de Lerner, que morreu em 2009 depois de lutar contra um câncer por quase 14 anos.
Richa e Lerner cruzaram-se quando o ex-governador terminava de conhecer o novo prédio. O tucano, que chegou atrasado ao evento, tentou se mostrar simpático, mas não foi correspondido. Ainda a distância, Richa levantou a mão para cumprimentar Lerner, porém, seu gesto foi ignorado.
Quando se aproximou de Lerner, Richa o parabenizou pela homenagem. A resposta foi fria. “Desculpe. Estou de saída.” O governador, então, explicou que estava em Maringá (Noroeste do Paraná) e que teve de utilizar um helicóptero para tentar chegar a tempo à cerimônia em Curitiba. Novamente, Lerner mostrou-se distante e respondeu apenas “Parabéns”. Lerner não quis comentar o encontro. “Não vou falar. Tenho muito prazer em encontrar o governador e o prefeito [Luciano Ducci, que também estava no evento]”, limitou-se a dizer.
Distanciamento
A relação dos dois ex-aliados políticos ficou mais distante depois da campanha eleitoral do ano passado. Durante a disputa, Richa e Osmar Dias (PDT) tentavam colar um no outro o rótulo de “lernista” – que passou a ser um termo pejorativo no meio político paranaense. Na época, o ex-governador distribui carta negando ter relações políticas com ambos.
“Espero que o atestado de ‘não lernista’ possa contribuir para que os ilustres candidatos aproveitem melhor a campanha, com mais propostas e menos sofismas”, diz um trecho da carta. Beto foi deputado estadual da base de apoio a Lerner na Assembleia Legislativa entre 1998 e 2002.
A decisão de Richa de cancelar a aposentadoria de quatro ex-governadores, entre eles Lerner, parece ter sido mais um elemento para distanciar os dois. Na semana passada, o tucano determinou que fossem suspensos os pagamentos das aposentadorias concedidas após a promulgação da Constituição Federal, em 1988.
O atual governador, porém, negou que isso tenha interferido na relação com Lerner. “Foi uma medida genérica, não foi preocupado com esta ou aquela pessoa, em retaliar e muito menos proteger. Fiz o que me foi orientado pela Procuradoria-Geral do Estado.”
Heliberton Cesca - GP
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